sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

chapéu de chuva




e como chove cá! semanas a fio a chover sem parar. coimbrões acostumados com isso nem reclamam mais. eu vim do pântano, eu deveria estar acostumado. deveria achar normal. não acho. foi-se o tempo em que a chuva era boa companhia. agora o que eu quero é sol. e verão. é estranho sair do inverno e chegar no inverno. novamente casacos e jaquetas e mantas e luvas são companheiros fiéis. e o guardachuva, o chapéu de chuva, como insistem os coimbrões em dizer cada vez que chamo meu companheiro protetor pelo nome me foi ensinado. reaprender a falar a própria língua é novo. as vezes irritante, mas como isso não se chama assim? como esse acento não é circunflexo? como se diz isso? e não, não sou do rio. não moro nem perto do rio. sabes onde fica o uruguai? pois é lá. bem lá. o uruguai é o pátio da minha casa. e pinga e chove e pinga e chove e venta. apertando a manta subo as escadas monumentais, sono pós almoço, aula a tarde toda. e chove e pinga e chove.

Um comentário:

  1. Cheiro de chuva
    Cheiro de chuva abraça-nos em
    Memórias de infância, de avós,
    De brinquedos, de companheirismo.

    Cheiro de chuva traz-nos
    Lembranças de tempos idos

    Cheiros e barulhos que
    Acompanham a chuva.

    Delícia!

    Belo texto este teu. Lembrou-me de um que escreveste sobre grama...

    bjos
    Anne

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